A História do Mangá
É claro que o mangá tem raíses muito antigas. Lá pelo século VIII (período Nara) surgiam os primeiros rolos de pergaminhos contando histórias por desenhos e textos. Estes eram chamados de "emakimonos". Mas foi muito mais tarde, lá por 1800 (período Edo) que um japonês mostrou a sua arte inspirada nesses pergaminhos e a nomeou mangá.
Seu nome era Katsushika Hokusai, o pioneiro ao mostrar sua arte feita emukiyo-e, que aqui é conhecida popularmente por xilogravura. Obviamente como não existia um maquinário moderno na época, a xilogravura era a "mãe da imprensa". Desenhos eram cunhados em madeira, e em seguida usava-se tinta pra transferí-los pro papel. Letras também eram forjadas em placas de metal para depois serem unidas formando frases e consequentemente páginas, para em seguida serem impressas em quantidade.
O nome mangá (man = "irresponsável"; ga = "imagem") já estava definido, mas somente em 1946 começou a tornar-se popular pelas mãos de Osamu Tezuka(1928 ~ 1989), considerado até hoje o Deus do Mangá. Suas obras mais famosas são conhecidas inclusive aqui no Brasil, como "Astro Boy", "Kimba, o Leão Branco" e "A Princesa e o Cavaleiro".
A partir daí, a popularidade só aumentou. Vários gêneros foram criados e artistas consagrados. E entre os gêneros que surgiram, os mais populares são:
Shojo: Mangá de gênero adolescente (feminino).
Shonen: adolescente, masculino.
Gekigá: Gênero de mangá dramático ou voltado ao público adulto.
Mecha: Robôs gigantes.
Yuri: Lésbico.
Yaoi: Gay
Hentai: Pornográfico.
Muito se fala, principalmente aqui no Brasil, que os mangás são desenhos de pessoas com os olhos maiores que o rosto e cabelo espetado. E é verdade que a maioria dos mangás, principalmente no estilo shonen essas características são marcantes (mas nem sempre). Já nos gekigás, apesar do estilo tradicional dos mangás, o traço é muito mais realista.
E falando em gekigás, Avançando um pouco no tempo surgiram obras de sucesso absoluto como Lobo Solitário, de Kazuo Koike (que também criou o famosíssimo Crying Freeman) e arte de Goseki Kojima. Isso claro, entre muitas outras obras.
Uma característica muito comum na maioria dos mangás se dá por serem constituídos de obras que ressaltam as expressões faciais e corporais, e o baixo volume de texto. É normal encontrar em um mangá uma longa sequência de páginas sem texto algum, apenas demonstrando por movimentos o desenrolar da história.
No Brasil, mangás foram publicados sem muito destaque entre o final dos anos 80 e início dos anos 90. Obras como Mai a garota Sensitiva, Akira e os já citados Lobo Solitário e Crying Freeman, que tiveram a publicação interrompida por não serem tão populares por aqui.
Mas aí surgiu Cavaleiros do Zodíaco, que é amplamente considerado o mais marcante desenho animado japonês (Anime) de uma emissora brasileira, tanto que ele abriu uma brecha para o mais antigo ainda Dragon Ball Z ser televisionado. Porém, como foi dito, eram animes, e não mangás.
Alguns outros foram para a TV por assinatura, e os animes ajudaram a popularidade do mangá aumentar. Então no ano 2000 as editoras Conrad, JBC e Panini começaram a publicar mangás que foram sucesso no Japão, Europa e Estados Unidos: Neon Genesis Evangelion, Vagabond, Dragon Ball, One Piece. Esses e mais outros foram o estopim para que uma enxurrada de mangás começassem, aos poucos, invadir as prateleiras das bancas do Brasil. E hoje em 2007 já é comum enxergar títulos que nem se ouvia falar antes, mais comuns somente no eixo Rio ~ São Paulo. E cada vez mais títulos famosos estão saindo no Japão e angariando prêmios, e estas boas novas chegam antes para o usuário internauta, já que existe uma demora nas negociações Brasil ~ Japão para que títulos novos sejam publicados aqui. Resta esperarmos que as editoras continuem a publicar sempre esses títulos de sucesso para que essa nova forma de cultura não caia no esquecimento novamente.
E pelo visto essa cultura veio pra ficar, tanto que hoje já existem até sites que fazem o trabalho de tradução de mangás de fãs para fãs, principalmente de títulos que ainda não saíram do Japão ou que já chegaram em outros países que não o Brasil. Titulos novos que ainda não têm previsão de lançamento no aqui, como Death Note, 20th Century Boys, etc. já são encontrados traduzidos por fãs.
Artigos sobre estes e outros suscessos com certeza já foram - ou serão em breve :o) - publicados aqui no Pandashi.
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